terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Desvaneios - I



Quem delimitou o primeiro limite? Quem apagou a linha?Quem a borrou?

Das certezas do mundo, do meu mundo, da soma das certezas do seu mundo e daqueles outros, me pego a rir. Às vezes, de mim.

Concepções engessadas. Há sintoma mais evidente da velhice?

Sabe, para algumas pessoas, o mundo é plano. Talvez até o universo o seja....Absurdo? Não!

Sendo assim caminhos dividem-se entre Certo ou Errado. Direita ou Esquerda. Pode-se ir ou voltar.

Perceba então, a presença insistente do “ou”, de opção, de abstração, ignorando friamente o “e” de adição, união.

Se a sabedoria pode ser mais o acreditar do que o compreender, seríamos nós sábios se o espelho inventasse de não refletir nossa própria imagem? Afinal, o universo de nossas certezas, a quem reflete?

Se em tudo poderemos crer, até mesmo em nosso saber, maior ironia não há em compreender que o que ainda há por vir pode ser muito “e/ou” nada. E será do tamanho de nossos sonhos, longe de nossa razão, mas perto e ofuscante, ora.

Entre tantas cores, penso que escolher entre azul e laranja me instiga monotonia. Monotonia seria também pensar sempre assim. E , pensando mais um pouco, nada mais belo que um vestido azul com flores laranjas. Nada mais belo variar o rumo. Às vezes, sem prumo.

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